quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cavalo Marinho do Mestre Zequinha (Bayeux/PB)

Em Bayeux se encontra o mais representativo Cavalo Marinho do estado da Paraíba, com fama internacional pela originalidade dos seus cantos, danças e adereços.



O grupo teve início no Engenho Novo (próximo a Itabaiana), com Mestre Raul no ano de 1970. Raul foi para São Paulo e o senhor José Raimundo da Silva se tornou o Mestre Gasosa, líder do grupo e profundo conhecedor do folclore nas mais diversas manifestações populares.
Com a vinda do Mestre Gasosa para Bayeux o grupo foi formado por pessoas de modesta condição financeira e sua residência se tornou a sede do grupo. Era composto por 22 pessoas, na maioria do sexo masculino e que moravam próximas uma das outras.



Até 1987 as damas eram interpretadas por meninos de no máximo 12 anos de idade. A partir daí vieram as meninas (não mulheres), por que os garotos recusavam-se a vestir roupas de mulher temendo gozação.
Com o passar do tempo e suas brilhantes apresentações, foi enaltecido e merecidamente lembrado em diversos livros. Serviu como inspiração para dissertação de mestrado, que depois foi transformado em livro. Suas músicas foram gravadas em Cds e seus filmes exibidos em diversas partes do mundo.
Além de se apresentar em diversas partes da Paraíba, ostentou com grandiosidade sua peculiar dança e canto no Rio de Janeiro e São Paulo. Fez marcantes apresentações na Áustria, Portugal e china. Já representou a Paraíba em vários festivais de folclore do nordeste e do Brasil, recebendo sempre grandes premiações, principalmente pela originalidade.
Alguns Cavalos Marinhos distribuídos pelo nordeste ainda seguem o ritual de queima do boi no último dia de apresentação, mas o Cavalo Marinho do Mestre Gasosa acredita na superstição de que esse ato é perigoso, pois algum membro do grupo pode vir a morrer.



Com o falecimento do Mestre Gasosa em 2003, o grupo passou por dificuldade financeiras e dificuldade de relacionamento entre seus componentes. E para que o Cavalo Marinho do Mestre Gasosa se perpetuasse com o brilho peculiar que sempre ostentou em suas apresentações, colocando-se como representante da Paraíba e do Brasil para o mundo, os apaixonados pelo folclore, dentre outros: Zé Bento, membro antigo do grupo e aficionado pela cultura popular: Vavá, conhecedor profundo e incentivador do folclore Bayeuxense; Nandinho, perspicaz batalhador da arte popular e Edielson Gonçalo, o relações públicas do Centro de Tradições Populares; juntaram suas forças em amor à cultura e fizeram renascer das cinzas, como queria o Mestre Gasosa, para que seu Cavalo continuasse dançando ao comando do Mestre Zequinha, seu antigo Contra Mestre. Hoje o Cavalo Marinho de Bayeux continua fazendo suas apresentações. A sede do grupo se situa na rua Pedro Ulisses a comando do Mestre Zequinha, que com muita dedicação e auxílio de algumas pessoas perpetua essa tradição popular tão importante na cidade de Bayeux.




Fonte: Bayeux, Aspectos Folclóricos e Econômicos. Vol. V (autores: Ariosvaldo Alves e Edielson Gonçalves)


Liliane Alves
Especializanda em Arte Educação pela IESP/UNAVIDA

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